25 de abril
Sempre.
Na madrugada de 25 de abril
de 1974, o Movimento das Forças Armadas organizou e levou a cabo a “Operação
Fim do Regime”, coordenada por Otelo Saraiva de Carvalho. Às 22:55 de 24 de
abril, a canção “E depois do adeus” ecoava; estava dado o sinal para os
militares se prepararem.
Meia hora depois, a
canção de Zeca Afonso, “Grândola, Vila Morena”, era transmitida pela Rádio
Renascença, confirmando o arranque da revolução. Era chegada a hora de os
militares avançarem e ocuparem locai importantes em Lisboa: estações de rádio,
a televisão, o aeroporto e os ministérios.
Durante a manhã, num dos
momentos mais tensos desta revolução, na Rua do Arsenal, o Capitão Salgueiro
Maia que liderava as forças revolucionárias, comandara a coluna de blindados
proveniente de Santarém, montara o cerco aos ministérios instalados no Terreiro
do Paço, enfrentou, heroicamente, o comandante das forças militares fiéis ao
regime.
A euforia instalou-se, o
povo saiu à rua, ecoando bem alto o que lhe ia na alma: paz, pão e liberdade. De braços erguidos e o V de vitória, a
multidão crescia no apoio aos militares. De pé nas ruas, às janelas e varandas,
nos telhados, empoleirados nas árvores e no Chafariz do Carmo, ninguém arredava
pé. Todos queriam assistir à rendição de Marcelo Caetano, ver com os próprios
olhos a agonia e a morte do período da opressão e da repressão.
Longe ia já a cinzenta primavera
marcelista. Agora, em plena primavera, o país e a cidade explodiam de cor e
alegria, o sol brilhava mais e os sorrisos tornaram-se mais abertos e francos.
De cravo na mão, ao peito ou nos canos das espingardas, o povo unido fez a
revolução acontecer.
Com ela, a promessa dos
3 D’s: Democracia, Descolonização, Desenvolvimento. Era o princípio de uma nova
era, de um novo Portugal; um Portugal virado para o futuro, um Portugal
desejoso de crescer e de caminhar a par com a Europa e com o Mundo.
Para recordar abril e
não deixar esquecer os seus ideais, a Biblioteca Escolar organizou a exposição “Cartazes
de abril”, gentilmente cedidos pelo Prof. Fernando Cruz, meu querido amigo e colega
de tempos que já lá vão.
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